quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eleições 2010: "Vivei vossa cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo" (Fl 1,27)


Este versículo, destacado da carta de São Paulo aos filipenses, vem nos clarear neste momento onde  exercemos nossa cidadania escolhendo nas urnas quem será o novo presidente do Brasil. Por isso é sumamente importante que realizemos este direito de maneira consoante ao que nos ensina o Evangelho, para que não entreguemos nosso país nas mãos de alguém que desvalorize o ensinamento da Igreja, sobretudo no que diz respeito ao valor incomensurável da vida desde sua fecundação até seu fim natural. É preciso sabedoria e discernimento neste momento decisivo para a história de nosso país.

E este segundo turno foi muito oportuno para decidirmos com clareza o nosso voto. Somente dois candidatos para discutir as propostas para o Brasil, também quanto aos temas que evolvem a religião e a fé. E devemos estar atentos para observar o que pregam cada um deles a respeito dos principais problemas sociais que envolvem o Brasil, sem nos ater a referências políticas dos candidatos, pois cada um governará a seu modo. Por isso, não se deve observar obsessivamente os modelos de governo adotados por ex-presidentes que apóiam os candidatos, mas deve-se antes observar de forma crítica, as experiências políticas adquiridas por cada um ao longo da vida pública e as propostas que, de fato, se apresentam como necessárias para o país, sobretudo no que diz respeito ao benefício às classes menos favorecidas.

Mas não podemos também nos esquecer das propostas de cada candidato com relação às questões que envolvem a moral e a fé. Sabemos que graças à bandeira em favor da vida levantada em setembro pelo Bispo de Guarulhos, Dom Luíz Gonzaga Bergozini, o tema aborto entrou de maneira decisiva na eleição, inclusive levando a disputa para o segundo turno, conforme analisam os especialistas políticos. Vimos aí a importância e a força da Igreja, que com o mesmo vigor com que tornou lei a ficha limpa para os candidatos a cargos públicos, também impediu a vitória imediata no primeiro turno de determinada candidatura sem que estes temas envolvendo a vida fossem esclarecidos publicamente pelos candidatos, mostrando que Cristo, através de sua Igreja, pode por amor, tirar a vitória no primeiro turno de quem não merece governar. E isto se reflete também no empate técnico neste segundo turno  das duas atuais candidaturas apresentado pelas recentes pesquisas.

Infelizmente, não podemos afirmar que um dos presidenciáveis desta eleição seria ideal, pois os dois lados que disputam neste segundo turno, de uma certa forma, defendem alguma ou várias ideias incoerentes com nossa fé. Porém, é nosso dever votar, exercendo nossa cidadania de maneira digna do evangelho, como disse Paulo no versículo tomado como título. Para isso é preciso conhecer ambos candidatos e suas propostas, sobretudo no que diz respeito às questões de fé, e escolher aquele menos irá ferir os princípios de nossa religião cristã.

Assim, é bom que recordemos que a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, seguindo orientações de seu partido, segundo nos lembra Dom Bergonzini,  se mostrou, ao que tudo indica, favorável a descriminalização do aborto, atrás de um aparente gesto de caridade, dizendo no primeiro debate do segundo turno que "entre prender as mães que desejam abortar, é preferível atendê-las". Se ela diz em não mais prender, então ela defende uma descriminalização, ou seja, retirar da lei o crime de aborto, o que contraria nossa fé cristã, pois dará às mães o direito de matarem seus filhos ainda no ventre.

E vale recordarmos que nós católicos, cremos que a questão não está simplesmente em desenvolver leis que punam as mulheres que abortam, mas sim em defender e valorizar a vida que está sendo concebida. A Igreja ensina que a solução não está de forma alguma na ameaça de prisão para estas mães que desajam abortar, mas sim em dar-lhes condições dignas para realizar o parto e cuidar do recém-nascido, como uma verdadeira criatura de Deus que merece viver. Além deste, o governo deve também investir em políticas de prevenção, por meio da castidade, para que não tenha-se uma gravidez indesejada e não seja necessário o aborto.

Conhecendo então este parecer da candidata petista com relação ao aborto, entendemos porque tantos bispos se mostraram contra esta candidatura. Neste sentido, afirmamos sem medo que nós que nos dizemos católicos, não podemos dar nosso voto a candidatos que manifestam claramente suas ideias opostas ao que nos ensina o Evangelho! É nosso dever lutar contra a aprovação de condutas que desagradam o Senhor, sobretudo no que diz respeito ao assassinato de crianças dentro do ventre materno. Ou do contrário, tenhamos a honestidade de não nos aproximarmos do banquete eucarístico, deixado por Cristo apenas para seus discípulos fiéis, aqueles que fossem construtores de um mundo de paz onde todos tevissem o direito de viver.

É doloroso vermos fiéis católicas e até padres apoiando este modelo político que vê a questão do aborto puramente com olhos humanos. Pessoas que deveriam defender a vida, mas por causa de uma ideologia partidária ou cegados pelo governo do atual presidente, pensam somente no bem-estar aqui nesta vida terrena e esquecem-se do testemunho de fé que deve ser dado não elegendo-se candidatos que desejam aprovar leis que afastarão nossa nação do Senhor. E pior é ver que estas pessoas aproximam-se da Eucaristia como se nada estivesse acontecendo! Que ofensa Àquele que disse ter vindo para que todos tenha vida! Quando se apóia e elege candidatos assim, esquece-se do que propôs Jesus para dar ouvidos às mentiras próprias do período eleitoral. É como que se "privatizassem" as palavras de Jesus, da Igreja e dos Bispos para que interpretação dada possa favorecer-lhes. É esta a privatização que realmente devemos temer, pois esta engana, encobre e manipula.
O cristão que der seu voto a este tipo de candidatura deverá avaliar sua atitude, e refletir se Cristo se faz conivente com isso. Devemos nos lembrar que nós cristãos não devemos buscar o bem-estar terreno, mas sim a glória eterna ao lado do Pai, no Paraíso. E como nos disse Dom Henrique Soares da Costa, um voto conscientemente dado a quem apóia condutas que desagradam o Senhor e ferem o direito primordial de todos à vida, pode até mesmo nos levar ao inferno.

Por isso, peçamos que o Espírito Santo venha nos iluminar nesta decisiva eleição presidencial, dando-nos a sabedoria divina necessária para interpretar as pretensões políticas de ambos candidatos, optando pelo menos pior, e dar nosso voto consciente a um candidato que, ao menos, defenda a vida como o primeiro e principal direito de todos os seres humanos.


Deus abençoe nosso Brasil e nos dê um presidente que valorize a vida em primeiro lugar!

O VERDADEIRO CRISTÃO DIZ "NÃO" AO ABORTO!
 

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